Sabesp Reduz Pressão da Água à Noite na Zona Leste de SP

Sabesp Reduz Pressão da Água à Noite na Zona Leste de SP

A Sabesp iniciou uma nova etapa de controle no abastecimento da Zona Leste de São Paulo, reduzindo a pressão da água durante o período noturno. A medida faz parte de um plano de contenção de perdas e busca minimizar vazamentos em uma das regiões mais populosas da capital. A redução da pressão à noite tem como objetivo preservar os reservatórios e garantir o fornecimento regular de água, mesmo em tempos de estiagem.

A decisão foi aprovada pela Arsesp e integra o conjunto de ações adotadas em toda a Região Metropolitana de São Paulo. Segundo técnicos da Sabesp, o ajuste ocorre em horários de menor consumo, entre a noite e a madrugada, quando a demanda é naturalmente reduzida. Imóveis com caixa d’água adequada dificilmente sentirão impacto imediato na rotina.

Moradores de bairros como Itaquera, São Mateus e Guaianases já começaram a perceber a mudança. A companhia reforça que a medida é temporária e depende da recuperação dos níveis dos mananciais que abastecem a capital. O monitoramento será contínuo, e novas informações serão divulgadas nos canais oficiais da Sabesp.

Redução da Pressão da Água à Noite: Objetivos e Funcionamento

A Sabesp adotou a redução noturna da pressão da água na Zona Leste de São Paulo para conter perdas na rede de distribuição e preservar os reservatórios. A medida busca equilibrar o abastecimento durante a estiagem e minimizar os impactos dos vazamentos subterrâneos ainda não identificados.

Motivos para a Redução: Escassez Hídrica e Vazamentos

A Região Metropolitana de São Paulo enfrenta um período de escassez hídrica prolongada, com chuvas abaixo da média desde 2023. Essa redução pluviométrica afetou diretamente os níveis das represas que abastecem a Grande São Paulo, exigindo ações preventivas da Sabesp.

A redução da pressão da água tem como objetivo principal diminuir as perdas causadas por vazamentos e rompimentos em tubulações antigas. Quando a pressão é alta, o volume de água desperdiçado aumenta, especialmente em trechos subterrâneos com microfissuras.

Durante a madrugada, o consumo é significativamente menor. Esse intervalo permite que a Sabesp reduza a pressão por cerca de oito horas, economizando milhares de litros por segundo. A medida também evita sobrecarga na rede e ajuda a manter a estabilidade do sistema de abastecimento.

Como Funciona a Redução de Pressão na Zona Leste

A operação ocorre de forma automatizada e temporária, concentrada entre a noite e o início da manhã. A Sabesp utiliza válvulas de controle e sensores instalados em pontos estratégicos da rede para ajustar a pressão conforme o volume de consumo.

Na Zona Leste, regiões mais afastadas do centro, como Itaim Paulista e São Miguel, costumam sentir mais os efeitos da redução. Nessas áreas, o retorno da água às torneiras pode ocorrer apenas nas primeiras horas da manhã.

O processo é monitorado em tempo real por centrais operacionais. Caso ocorra queda de pressão excessiva, os técnicos podem ajustar o fluxo para evitar interrupções prolongadas. Essa gestão dinâmica busca equilibrar economia de água e continuidade do abastecimento.

Impactos para a População e Recomendações

Durante o período de redução noturna, moradores podem perceber baixa vazão ou falta temporária de água. A Sabesp orienta o uso de caixas d’água com reserva mínima de 500 litros, suficiente para suprir o consumo doméstico durante a madrugada.

É recomendável que os moradores verifiquem vazamentos internos, utilizem máquinas de lavar com carga completa e evitem desperdícios. Essas ações ajudam a reduzir o consumo e colaboram com o esforço coletivo de preservação dos mananciais.

A empresa também mantém canais de atendimento para registrar ocorrências de falta de água prolongada ou vazamentos visíveis nas vias públicas, permitindo resposta mais rápida e direcionada.

Papel da Arsesp e Fiscalização

A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) supervisiona e autoriza medidas emergenciais como a redução de pressão. Seu papel é garantir que a Sabesp atue conforme as normas técnicas e que a população receba informações claras sobre as ações adotadas.

A Arsesp acompanha indicadores de níveis de reservatórios, perdas na rede e reclamações de usuários. Com base nesses dados, define parâmetros para o funcionamento da redução e fiscaliza o cumprimento das metas de eficiência.

Além disso, a agência exige relatórios periódicos e auditorias sobre a operação. Essa fiscalização contínua assegura que a estratégia de economia de água seja realizada de forma transparente, equilibrando o interesse público e a sustentabilidade do sistema de abastecimento.

Contexto Hídrico e Perspectivas para o Abastecimento

A redução da pressão da água na Zona Leste ocorre em um cenário de estiagem prolongada e níveis baixos nos mananciais que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo. A Sabesp busca equilibrar o consumo urbano com a preservação dos reservatórios, evitando impactos severos no fornecimento.

Situação dos Mananciais e Reservatórios

Os principais sistemas que abastecem a Grande São Paulo — como Cantareira, Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Grande — operam em níveis abaixo da média histórica. Em agosto de 2025, o volume útil médio ficou em torno de 38%, segundo dados de monitoramento da Sabesp e órgãos estaduais.

A estiagem intensa e a baixa pluviosidade reduziram a recarga natural dos mananciais. Esse cenário pressiona o abastecimento, especialmente em áreas mais altas e periféricas, como a Zona Leste.

Para conter perdas, a Sabesp adotou redução de pressão noturna e intensificou o controle de vazamentos, que representam parte relevante do desperdício. A meta é preservar cerca de 4 mil litros por segundo durante o período de menor consumo.

Histórico de Crises Hídricas em São Paulo

A Região Metropolitana enfrentou sua crise hídrica mais grave entre 2014 e 2015, quando o Sistema Cantareira chegou a operar com o chamado volume morto. Naquele período, o nível dos reservatórios caiu abaixo de 10%, e o racionamento afetou milhões de pessoas.

Desde então, políticas de contingência e investimentos em infraestrutura reduziram a vulnerabilidade do sistema. Mesmo assim, o histórico reforça a importância de monitorar continuamente o nível dos mananciais e ajustar a operação conforme o regime de chuvas.

Os dados atuais indicam uma situação menos crítica, mas que exige gestão preventiva. A Sabesp e a Arsesp mantêm fiscalização constante para evitar que o cenário se agrave e para garantir que a redução de pressão não ultrapasse o limite de oito horas por noite.

Medidas Adicionais e Investimentos em Infraestrutura

A Sabesp ampliou a interligação entre sistemas, como a transferência do Rio Paraíba do Sul para o Cantareira e o Sistema São Lourenço, inaugurado em 2018. Essas obras aumentaram a segurança hídrica e diversificaram as fontes de captação.

Entre as medidas recentes, destacam-se:

  • Campanhas de uso consciente da água voltadas à população.
  • Monitoramento remoto da pressão e vazão nas redes.
  • Reforço na detecção de vazamentos e substituição de tubulações antigas.

Essas ações, combinadas à gestão integrada dos mananciais, buscam manter o abastecimento estável mesmo em períodos de estiagem. A Sabesp também prepara planos de contingência regionais para responder rapidamente a variações de demanda e eventos climáticos extremos.