Caudectomia

Caudectomia: entenda as causas que a fazem não ser recomendada

Amputação da cauda do animal prejudica sua comunicação com o dono e seu equilíbrio corporal.

Quem tem cachorro em casa procura cuidar dele das mais diversas formas. Alimentá-lo regularmente, sair para passear e levá-lo ao veterinário são alguns dos principais cuidados. No entanto, outro aspecto ligado à saúde animal do seu companheiro é a preservação de sua cauda, impedindo que ele passe pela chamada caudectomia.

O procedimento de cortar a cauda do cachorro teve início há muito tempo, quando se acreditava que isso deixaria o animal mais ágil, que seria útil, sobretudo, para a prática de caça. No entanto, não demorou para que a sociedade percebesse que isso não era verdade e a prática passou a ser considerada um ato de crueldade.

Mesmo assim, algumas raças ficaram marcadas por esse estigma, de modo que muitos faziam o procedimento para que o animal estivesse de acordo com certo padrão. A razão estética é o que motiva a realização do procedimento até hoje. Ainda há quem acredite que isso pode trazer bem-estar ao animal, mas, na verdade, a caudectomia só oferece riscos à saúde do cachorro.

Quais as raças que mais passam pela caudectomia?

Entre as raças que mais passam por esse procedimento, estão aquelas que são utilizadas como guarda. É o caso do Dobermann, Boxer, Rottweiler e Dogue Alemão, que muitas vezes têm suas caudas cortadas. Isso é feito na expectativa de que eles tenham uma imagem mais imponente e não tenham uma distração quando estiverem em posição de guarda.

Já por motivos estéticos, algumas raças de companhia também passam pelo procedimento. É o caso do Schnauzer, Poodle e do Cocker Spaniel. Esse procedimento costuma ocorrer nos primeiros dias de vida do animal e causa muita dor, sangramento e dor no período pós-operatório.

Riscos à saúde

Essa parte do corpo é fundamental para que ele possa se comunicar com o mundo. Os donos de cachorros sabem que é por meio dela que ele exterioriza sentimentos diversos, como medo, tristeza, alegria, obediência. Essa comunicação é útil não apenas para os humanos, mas também para os demais animais. Assim, removê-la do corpo mina uma habilidade importante para eles.

Outra função importante da cauda é dar equilíbrio ao corpo do cachorro. A cauda dos cães é a continuação da sua espinha vertebral. Isso significa, portanto, que sua amputação prejudica a movimentação, já que uma vez retirada, o senso gravitacional do animal é reduzido.

O procedimento de caudectomia não se resume a apenas um corte. Ela impacta uma série de outras estruturas do organismo canino, como vasos sanguíneos, tecidos, nervos e pele. Se isso for feito em filhotes, o próprio desenvolvimento sadio é comprometido.

Outro risco à saúde é o período pós-operatório. Assim como outros procedimentos cirúrgicos, a caudectomia faz com que o animal passe por um período de cicatrização. Durante esse momento, em que as feridas ficam abertas, há o risco de ele sofrer com infecções generalizadas, além da própria dor física causada pelo procedimento.

Quais as implicações legais da caudectomia?

A realização desse procedimento por questões estéticas é considerada mau trato aos animais desde 1998, com a regularização da lei nº 9.605. Com isso, a amputação de animais por motivos estéticos é considerada crime ambiental. O mesmo passou a valer para a conchectomia, que é o corte de orelhas, desde 2008.

A caudectomia só é permitida nos consultórios por motivos de saúde do animal, como o tratamento de algum tumor ou devido a alguma lesão grave na região, como envolvendo algum acidente. Mesmo assim, ele só pode ser feito caso não haja outras alternativas e deve ser aplicado por um médico veterinário especializado no procedimento.